terça-feira, 5 de junho de 2018

Deus pontua a nossa história



Na língua portuguesa, o ponto final é um sinal de pontuação gráfica que indica o final de um discurso. Temos, também, ao contrário disso o “ponto seguida”, que como o nome sugere, faz apenas uma pausa no raciocínio.

Meditando na cisma entre Hamã, um ministro no reino de Assuero (Xerxes I), e Mardoqueu, um judeu da tribo de Benjamim, fiquei refletindo no “ponto final” colocado pelo escriba do reino na história deste.

A história particular desse judeu começa quando ele ouve sobre a conspiração de dois oficiais para matar o rei. Ele, então faz chegar aos ouvidos do rei tal conspiração que, depois de ser confirmada, resulta na prisão e morte dos dois oficiais. O Escriba do reino escreve todo o fato, arquivando nos memoriais do reino, pondo assim um ponto final ao que poderia ter sido uma história de sucesso na vida desse homem.
A cisma entre Hamã e Mardoqueu começa quando o judeu não concorda em se curvar diante de Hamã como faziam os demais. Hamã, até então ignorava tal atitude, até que lhe chegou aos ouvidos o que Mardoqueu fazia e por incrível que pareça a falta de reverencia de apenas um homem perturbou a mente do ministro.
A perturbação foi tanta que Hamã decidiu vingar-se não só de Mardoqueu, pendurando-o em uma forca, de uns vinte e dois metros de altura, mas de todos os judeus que habitavam às vinte e sete províncias do reino.
Ao saber disso (da sentença de morte a todos os judeus) Mardoqueu relata o ocorrido a Ester, que após um jejum de três dias, entra a presença do rei e o convida, junto com Hamã, a um jantar em sua casa.
A história de Hamã não poderia estar melhor, iria se vingar do “arrogante” Mardoqueu e seu povo e anda seria um convidado de honrar em um jantar oferecido pela rainha.
Mas...
O rei Assuero não conseguiu dormir durante a noite, nem músicos, nem quaisquer outros prazeres, nada, lhe trouxeram satisfação. Deus estava tirando o “ponto final” da história de Mardoqueu, colocado pelo homem e dando continuidade a história que já havia escrito para a vida do fiel judeu.
Ao atender o pedido do rei para que fosse lido uma das histórias do reino, o escriba traz a lume um fato ocorrido há cinco anos. A história de como Mardoqueu livrou o rei de um assassinato. E o rei pergunta: “Que honra e distinção se deu por isso a Mardoqueu? E os servos do rei, que ministravam junto a ele, disseram: Coisa nenhuma se lhe fez. (Es 6.3).
Pronto, Deus retira o “ponto final” e coloca um “ponto seguida".
O revés é traumático. Hamã, cheio de si, acha que sua ideia de honrarias é para si próprio.
Em resposta à pergunta do rei sobre o que se deveria fazer com o homem a quem o rei desejava honrar,  hamã responde: “Tragam a veste real que o rei costuma vestir, como também o cavalo em que o rei costuma andar montado, e ponha-se-lhe a coroa real na sua cabeça.
E entregue-se a veste e o cavalo à mão de um dos príncipes mais nobres do rei, e vistam delas aquele homem a quem o rei deseja honrar; e levem-no a cavalo pelas ruas da cidade, e apregoe-se diante dele: Assim se fará ao homem a quem o rei deseja honrar! (Ester 6:8,9)
Que surpresa terrível quando o Rei disse “Faça isso a Mardoqueu”.
Amados, o resumo dessa história é apenas para dizer que não devemos nos perturbar quando nossas ações de justiça ou misericórdia, não redundarem em honras ou méritos imediatos, Deus é Aquele que faz nova todas as coisas e a História escrita para nós não pode ser apagada ou terminada pela vontade humana.
Até por que ao fazermos tais obras não deve ser nossa intenção sermos aplaudidos de pé ou ocupar os melhores e primeiros lugares.(Mateus 23 )

É de Deus quem coloca os “pontos” de nossa história.

Na Paz que excede todo entendimento.




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