Na língua portuguesa,
o ponto final é um sinal de pontuação gráfica que indica o final de um discurso. Temos, também, ao contrário disso o “ponto seguida”, que como o nome sugere, faz apenas
uma pausa no raciocínio.
Meditando na cisma entre Hamã, um ministro no reino de Assuero (Xerxes I), e
Mardoqueu, um judeu da tribo de Benjamim, fiquei refletindo no “ponto final”
colocado pelo escriba do reino na história deste.
A história
particular desse judeu começa quando ele ouve sobre a conspiração de dois
oficiais para matar o rei. Ele, então faz chegar aos ouvidos do rei tal
conspiração que, depois de ser confirmada, resulta na prisão e morte dos dois
oficiais. O Escriba do reino escreve todo o fato, arquivando nos memoriais do
reino, pondo assim um ponto final ao que poderia ter sido uma história de
sucesso na vida desse homem.
A cisma
entre Hamã e Mardoqueu começa quando o judeu não concorda em se curvar
diante de Hamã como faziam os demais. Hamã, até então ignorava tal atitude, até que lhe chegou aos
ouvidos o que Mardoqueu fazia e por incrível que pareça a falta de reverencia de
apenas um homem perturbou a mente do ministro.
A perturbação
foi tanta que Hamã decidiu vingar-se não só de Mardoqueu, pendurando-o em uma
forca, de uns vinte e dois metros de altura, mas de todos os judeus que
habitavam às vinte e sete províncias do reino.
Ao saber
disso (da sentença de morte a todos os judeus) Mardoqueu relata o ocorrido a
Ester, que após um jejum de três dias, entra a presença do rei e o convida,
junto com Hamã, a um jantar em sua casa.
A história
de Hamã não poderia estar melhor, iria se vingar do “arrogante” Mardoqueu e seu
povo e anda seria um convidado de honrar em um jantar oferecido pela rainha.
Mas...
O rei
Assuero não conseguiu dormir durante a noite, nem músicos, nem quaisquer outros
prazeres, nada, lhe trouxeram satisfação. Deus estava tirando o “ponto final”
da história de Mardoqueu, colocado pelo homem e dando continuidade a história
que já havia escrito para a vida do fiel judeu.
Ao atender o pedido do rei para que fosse
lido uma das histórias do reino, o escriba traz a lume um fato ocorrido há
cinco anos. A história de como Mardoqueu livrou o rei de um assassinato. E o
rei pergunta: “Que honra e distinção se deu por isso a Mardoqueu?
E os servos do rei, que ministravam junto a ele, disseram: Coisa nenhuma se lhe
fez. (Es 6.3).
Pronto, Deus retira o “ponto final” e coloca um “ponto
seguida".
O revés é traumático. Hamã, cheio de si, acha que
sua ideia de honrarias é para si próprio.
Em resposta à pergunta do rei sobre o que se
deveria fazer com o homem a quem o rei desejava honrar, hamã responde: “Tragam a veste real que o rei
costuma vestir, como também o cavalo em que o rei costuma andar montado, e
ponha-se-lhe a coroa real na sua cabeça.
E entregue-se a veste e o cavalo à mão de um dos príncipes mais nobres do rei, e vistam delas aquele homem a quem o rei deseja honrar; e levem-no a cavalo pelas ruas da cidade, e apregoe-se diante dele: Assim se fará ao homem a quem o rei deseja honrar! (Ester 6:8,9)
E entregue-se a veste e o cavalo à mão de um dos príncipes mais nobres do rei, e vistam delas aquele homem a quem o rei deseja honrar; e levem-no a cavalo pelas ruas da cidade, e apregoe-se diante dele: Assim se fará ao homem a quem o rei deseja honrar! (Ester 6:8,9)
Que surpresa terrível quando o Rei disse “Faça isso a Mardoqueu”.
Amados, o resumo dessa história é apenas para dizer
que não devemos nos perturbar quando nossas ações de justiça ou misericórdia,
não redundarem em honras ou méritos imediatos, Deus é Aquele que faz nova todas
as coisas e a História escrita para nós não pode ser apagada ou terminada pela
vontade humana.
Até por que ao fazermos tais obras não deve ser nossa intenção sermos aplaudidos de pé ou ocupar os melhores e primeiros lugares.(Mateus 23 )
Até por que ao fazermos tais obras não deve ser nossa intenção sermos aplaudidos de pé ou ocupar os melhores e primeiros lugares.(Mateus 23 )
É de Deus quem coloca os “pontos” de nossa história.
Na Paz que excede todo entendimento.
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