Estive lendo sobre a importância do evangelismo e ações evangelística, as verdadeiras, não essas que mais parecem uma propaganda de refrigerante ou chamada para um filme. Me refiro aquelas que realmente confrontam o homem com seu pecado e mostram sua situação diante de DEUS.
Pois bem, lembrei de um irmão aqui na cidade de Marabá, onde moro. O "Irmão Cid", alto, cabelos brancos, uns cinquenta e poucos anos, uma mochila lateral cheia de folhetos. Ele me disse que todos os dias, a não ser quando estava doente, ele ia para as ruas da cidade, cabarés, rodoviárias e entregava folhetos e orava por quem aceitasse uma oração. Um verdadeiro evangelista. Mas nuca ouvi, ainda alguém dizer que se entregou a Cristo a partir da atitude do "irmão Cid", entretanto acredito que há. Sim devem haver muitos homens, mulheres e jovens, que foram alcançados por uma atitude de alguém que entendeu o seu chamado.
E qual não foi minha surpresa ao ler um artigo de Norbert
Lieth intitulado: "O Homenzinho da rua George".
Vamos ao artigo.
“É uma história extraordinária a
que eu vou contar. Tudo começou há alguns anos em uma Igreja Batista que se
reúne no Palácio de Cristal ao Sul de Londres.
Estávamos chegando ao final do culto dominical quando um homem se levantou em
uma das últimas fileiras de bancos, ergueu sua mão e perguntou: “Pastor,
desculpe-me, mas será que eu poderia dar um rápido testemunho?” Olhei para meu
relógio e concordei, dizendo: “Você tem três minutos!” O homem logo começou com
sua história:
“Mudei-me para cá há pouco tempo.
Eu vivia em Sydney, na Austrália. Há alguns meses estive lá visitando alguns
parentes e fui passear na rua George. Ela se estende do bairro comercial de
Sydney até a área residencial chamada Rock. Um homem baixinho, de aparência um
pouco estranha, de cabelos brancos, saiu da entrada de uma loja, entregou-me um
folheto e perguntou: ‘Desculpe, mas o senhor é salvo? Se morrer hoje à noite, o
senhor irá para o céu?’ – Fiquei perplexo com essas palavras, pois jamais alguém
havia me perguntado uma coisa dessas. Agradeci polidamente pelo folheto, mas na
viagem de volta para Londres eu me sentia bastante confuso com o episódio.
Entrei em contato com um amigo que, graças a Deus, é cristão, e ele me conduziu
a Cristo”.
Todos aplaudiram suas palavras e
deram-lhe as boas-vindas, pois os batistas gostam de testemunhos desse tipo.
Uma semana depois, voei para Adelaide, no Sul da Austrália.
Durante meus três dias de palestras em uma igreja batista local, uma mulher
veio se aconselhar comigo. A primeira coisa que fiz foi perguntar sobre sua
posição em relação a Jesus Cristo. Ela respondeu: A rua George, em Sydney.
“Morei em Sydney por algum tempo,
e há alguns meses voltei lá para visitar amigos. Estava na rua George fazendo
compras quando um homenzinho de aparência curiosa, de cabelos brancos, saiu da
entrada de uma loja e veio em minha direção, ofereceu-me um folheto e disse:
‘Desculpe, mas a senhora já é salva? Se morrer hoje, vai para o céu?’ – Essas
palavras me deixaram inquieta. De volta a Adelaide, procurei por um pastor de
uma igreja batista que ficava perto de minha casa. Depois de conversarmos, ele
me conduziu a Cristo. Assim, posso lhe dizer que agora sou crente”.
Eu estava ficando muito admirado.
Duas vezes, no prazo de apenas duas semanas, e em lugares tão distantes, eu
ouvira o mesmo testemunho. Viajei para mais uma série de palestras na Mount
Pleasant Church em Perth, no
Oeste da Austrália. Quando concluí meu trabalho na cidade, um ancião da igreja
me convidou para almoçar. Aproveitando a oportunidade, perguntei como ele tinha
se tornado cristão. Ele explicou:
“Aos quinze anos vim a esta
igreja, mas não tinha um relacionamento real com Jesus. Eu simplesmente
participava das atividades, como todo mundo. Devido à minha capacidade para
negócios e meu sucesso financeiro, minha influência na igreja foi aumentando.
Há três anos fiz uma viagem de negócios a Sydney. Um homem pequeno, de
aparência estranha, saiu da entrada de uma loja e me entregou um panfleto
religioso – propaganda barata – e me fez a pergunta: ‘Desculpe, mas o senhor é
salvo? Se morrer hoje, o senhor vai para o céu?’ – Tentei explicar-lhe que eu
era ancião de uma igreja batista, mas ele nem quis me ouvir. Durante todo o
caminho de volta para casa, de Sydney a Perth, eu fervia de raiva. Esperando
contar com a simpatia do meu pastor, contei-lhe a estranha história. Mas ele
não concordou comigo de forma alguma. Há anos ele vinha me incomodando e dizendo
que eu não tinha um relacionamento pessoal com Jesus, e tinha razão. Foi assim
que, há três anos, meu pastor me conduziu a Cristo”.
Voei de volta para Londres e logo depois falei na
Assembléia Keswick no Lake-District. Lá relatei esses três testemunhos singulares.
No final da série de conferências, quatro pastores idosos vieram à frente e
contaram que eles também foram salvos, há 25-30 anos atrás, pela mesma pergunta
e por um folheto entregue na rua George em Sydney, na Austrália.
Na semana seguinte viajei para
uma igreja semelhante à de Keswick e falei a missionários no Caribe. Também lá contei os mesmos
testemunhos. No final da minha palestra, três missionários vieram à frente e
explicaram que há 15-25 anos atrás eles igualmente haviam sido salvos pela pergunta
e pelo folheto do homenzinho da rua George na distante Austrália.
Minha próxima série de palestras
me conduziu a Atlanta, na
Geórgia (EUA). Fui até lá para falar num encontro de capelães da Marinha. Por
três dias fiz palestras a mais de mil capelães de navios. No final, o
capelão-mor me convidou para uma refeição. Aproveitando a oportunidade,
perguntei como ele havia se tornado cristão.
“Foi um milagre. Eu era
marinheiro em um navio de guerra no Pacífico Sul e vivia uma vida desprezível.
Fazíamos manobras de treinamento naquela região e renovávamos nossos estoques
de suprimentos no porto de Sydney. Ficamos totalmente largados. Em certa
ocasião eu estava completamente embriagado e peguei o ônibus errado. Desci na
rua George. Ao saltar do ônibus pensei que estava vendo um fantasma quando um
homem apareceu na minha frente com um folheto na mão e perguntando:
‘Marinheiro, você está salvo? Se morrer hoje à noite, você vai para o céu?’ – O
temor de Deus tomou conta de mim imediatamente. Fiquei sóbrio de repente, corri
de volta para o navio e fui procurar o capelão. Ele me levou a Cristo. Com sua
orientação, logo comecei a me preparar para o ministério. Hoje tenho a
responsabilidade sobre mais de mil capelães da Marinha, que procuram ganhar
almas para Cristo”.
“Desculpe, mas você é salvo? Se
morrer hoje, vai para o céu?”
Seis meses depois, viajei a uma
conferência reunindo mais de cinco mil missionários no Nordeste da Índia. No final, o
diretor da missão me levou para comer uma refeição simples em sua humilde e
pequena casa. Também perguntei a ele como tinha deixado de ser hindu para
tornar-se cristão.
“Cresci numa posição muito
privilegiada. Viajei pelo mundo como representante diplomático da Índia. Sou
muito feliz pelo perdão dos meus pecados, lavados pelo sangue de Cristo.
Ficaria muito envergonhado se descobrissem tudo o que aprontei naquela época.
Por um tempo, o serviço diplomático me conduziu a Sydney. Lá fiz algumas
compras e estava levando pacotes com brinquedos e roupas para meus filhos. Eu
descia a rua George quando um senhor bem-educado, grisalho e baixinho chegou
perto de mim, entregou-me um folheto e me fez uma pergunta muito pessoal:
‘Desculpe-me, mas o senhor é salvo? Se morrer hoje, vai para o céu?’ – Agradeci
na hora, mas fiquei remoendo esse assunto dentro de mim. De volta a minha
cidade, fui procurar um sacerdote hindu. Ele não conseguiu me ajudar mas me
aconselhou a satisfazer minha curiosidade junto a um missionário na Missão que
ficava no fim da rua. Foi um bom conselho, pois nesse dia o missionário me
conduziu a Cristo. Larguei o hinduísmo imediatamente e comecei a me preparar
para o trabalho missionário. Saí do serviço diplomático e hoje, pela graça de
Deus, tenho responsabilidade sobre todos esses missionários, que juntos já
conduziram mais de 100.000 pessoas a Cristo”.
Oito meses depois, fui pregar em
Sydney. Perguntei ao pastor batista que me convidara se ele conhecia um homem
pequeno, de cabelos brancos, que costumava distribuir folhetos na rua George.
Ele confirmou: “Sim, eu o conheço, seu nome é Mr. Genor, mas não creio que ele ainda faça esse trabalho, pois
já está bem velho e fraco”. Dois dias depois fomos procurar por ele em sua
pequena moradia. Batemos na porta, e um homenzinho pequeno, frágil e muito
idoso nos saudou. Mr. Genor pediu que entrássemos e preparou um chá para nós.
Ele estava tão debilitado e suas mãos tremiam tanto que continuamente derramava
chá no pires. Contei-lhe todos os testemunhos que ouvira a seu respeito nos
últimos três anos. As lágrimas começaram a rolar pela sua face, e então ele nos
relatou sua história:
“Eu era marinheiro em um navio de
guerra australiano. Vivia uma vida condenável. Durante uma crise entrei em
colapso. Um dos meus colegas marinheiros, que eu havia incomodado muito, não me
deixou sozinho nessa hora e ajudou a me levantar. Conduziu-me a Cristo, e minha
vida mudou radicalmente de um dia para outro. Fiquei tão grato a Deus que
prometi dar um testemunho simples de Jesus a pelo menos dez pessoas por dia.
Quando Deus restaurou minhas forças, comecei a colocar meu plano em prática.
Muitas vezes ficava doente e não conseguia cumprir minha promessa, mas assim
que eu melhorava recuperava o tempo perdido. Depois que me aposentei, escolhi para
meu propósito um lugar na rua George, onde centenas de pessoas cruzavam meu
caminho diariamente. Algumas vezes as pessoas rejeitavam minha oferta, mas
também havia as que recebiam meus folhetos com educação. Há quarenta anos faço
isso, mas até o dia de hoje não tinha ouvido falar de ninguém que tivesse se
voltado para Jesus através do meu trabalho”.
Aqui vemos o que é verdadeira
dedicação: demonstrar amor e gratidão a Jesus por quarenta anos sem saber de
qualquer resultado positivo. Esse homem simples, pequeno e sem dons especiais
deu testemunho de sua fé para mais de 150.000 pessoas. Penso que os frutos do
trabalho de Mr. Genor que Deus
mostrou ao pastor londrino sejam apenas uma fração da ponta do iceberg.
O céu conhece Mr. Genor, e
podemos imaginar vividamente a maravilhosa recepção que ele teve quando entrou
por suas portas.
Só Deus sabe quantas pessoas mais
foram ganhas para Cristo através desses folhetos e das palavras desse homem. Mr. Genor, que realizou um enorme
trabalho nos campos missionários, faleceu duas semanas depois de nossa visita.
Você pode imaginar o galardão que o esperava no céu? Duvido que sua foto tenha
aparecido alguma vez em alguma revista cristã. Também duvido que alguém tenha
visto uma reportagem ilustrada a seu respeito. Ninguém, a não ser um pequeno
grupo de batistas de Sydney, conhecia Mr.
Genor, mas eu asseguro que no céu seu nome é muito conhecido. O céu
conhece Mr. Genor, e podemos
imaginar vividamente a maravilhosa recepção que ele teve quando entrou por suas
portas. (extraído de Worldmissions – redação final: Werner Gitt)
Na Paz que excede todo entendimento.